Artigo assinado por Lusciméia Reis e publicado pelo Portal Sete Dias
A queda na produtividade, o aumento no absenteísmo e a falta de atenção dos funcionários no desempenho de suas atividades são preocupações diárias de gestores de empresas. Ambos desejam mais engajamento de seus funcionários no planejamento estratégico e nas métricas da companhia, mas não percebem, muitas vezes, que a queda no desempenho pode estar relacionada à má gestão financeira.
Além da questão financeira em si, as dívidas impactam a vida no âmbito emocional, psicológico, os relacionamentos e o profissional, criando um ciclo de insatisfação, problemas de saúde, desavenças familiares e baixa performance no ambiente de trabalho. Segundo o IBGE, 32,1 milhões de pessoas admitem ter brigado com parente por conta de dívidas; outros 53,5 milhões têm o rendimento profissional afetado.
Uma boa estratégia para diminuir o impacto da vida financeira do funcionário no ambiente de trabalho é investir na saúde financeira deles nas empresas, pois educação financeira é saúde do trabalhador! A Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho (SIPAT), obrigatória por lei, torna-se uma grande oportunidade e o espaço ideal para discutir sobre isso. Por meio de palestras e pequenas dinâmicas, os conceitos-chave para o equilíbrio financeiro são passados aos colaboradores, desmistificando a ideia de que ganhar mais resolverá os problemas. A questão principal não é quanto se ganha e sim como se organiza e como gasta o que se recebe. Consumir com inteligência faz toda a diferença!
A disponibilidade de crédito e o constante bombardeio de publicidade nos impedem de perceber essa realidade. Acredita-se que um salário maior será suficiente para quitar as dívidas e ter uma vida financeira equilibrada; passamos a responsabilidade para o dinheiro e não para a falta de organização e planejamento com nossos gastos. Não é à toa que o jovem trabalhador é o mais endividado. De acordo com o Serasa, dos 62,8 milhões de inadimplentes em maio, 16 milhões têm entre 20 e 29 anos. O IBGE projeta que 47% da população brasileira desta faixa etária apresenta dívidas.
É preciso fomentar a cultura do consumo consciente e do equilíbrio financeiro nas organizações. É essencial trabalharmos todos juntos para disseminar a educação financeira, empresários e funcionários para um bom desempenho profissional, desenvolvendo estratégicas e disponibilizando ferramentas para que o equilíbrio financeiro seja alcançado. Assim todos ganham! Um profissional educado financeiramente é mais produtivo e focado.