Saber lidar com o dinheiro é sinônimo de qualidade de vida e o indivíduo que aprende, desde cedo, os conceitos e os instrumentos necessários para uma boa gestão financeira conquista seus sonhos e metas com maior facilidade. A família tem um papel importante neste processo de aprendizado e cabe a ela introduzir, desde o início, os ensinamentos financeiros para que a criança assimile todo o conhecimento e faça dele um hábito.
Uma metodologia que tem uma excelente abordagem para ensinar aos pequenos os pilares de uma vida financeira saudável é a DSOP (Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar). Nela a família deve se reunir para propor e definir os sonhos individuais e coletivos, e traçar metas de acordo com o orçamento disponível. É preciso quantificar e estabelecer ações para cada tarefa, identificar os excessos, supérfluos e reduzir a periodicidade de algumas atividades. Mas como passar tanta informação para nossos filhos, uma vez que nós mesmos estamos nos habituando a esta nova realidade? Uma boa forma, segundo Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), é começar ensinando as crianças a poupar para conseguirem seus sonhos em atividades simples e prazerosas do dia-a-dia.
Um bom começo é pedir que a criança desenhe três sonhos: um de curto prazo (a ser realizado em um mês), um médio (em seis meses) e um a longo (um ano). Durante os próximos dias, converse sobre cada um deles para que os objetivos estejam sempre frescos na memória de seus filhos. Separe também três cofrinhos de cores e tamanhos diferentes para os respectivos sonhos. Deixe-os a vista como um lembrete da meta a ser atingida.
A mesada também é um artifício que pode ser utilizado neste aprendizado. Estipulando um valor por mês de acordo com a realidade de cada família, a criança recebe este montante e com ajuda dos pais utiliza o dinheiro com equilíbrio. Não é interessante que todo o valor seja poupado e tão pouco que seja gasto. A chave do sucesso aqui é entender que ao receber qualquer valor devemos tratá-lo com responsabilidade.
E para estimular e incentivar ainda mais este processo, o exemplo é essencial. As crianças tendem a imitar os pais, pois precisam de modelos em seu processo de socialização, como já apontado por Max Weber. Elas são observadoras e aprendem muito rápido com a repetição das nossas ações. Por isso te proponho uma reflexão: com o que você tem contribuído para educação financeira de seus filhos?
Artigo Lusciméia Reis